terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Reflexões de um final de semestre - Marilda


Sobre o amor e docência. Percebo entre essas duas palavras, extremamente complexas, muitas aproximações.    Vou tentar colocar aqui algumas ideias que tenho pensado para que sigamos conversando e aprendendo juntos a pensar, não o que eu penso, nem o que vocês pensam mas, talvez, outros pensamentos misturados aos de vocês e aos meus.

Acredito que, nós não nos apaixonamos por pessoas físicas, nos apaixonamos por situações, por formas de agir, por delicadezas, por afetos, por paisagens (nos apaixonamos por um conjunto de coisas). Sentimos-nos atraídos pelo mundo diferente que o outro nos apresenta, pois isso atiça o nosso imaginário e nos faz sonhar, fazer planos, idealizar situações, planejar encontros, viagens, passeios. Assim como também acredito que nós não nos apaixonamos inicialmente pela profissão, inclusive porque quando começamos um curso nem sabemos direito o que este curso significa, em que este curso consiste. Nos apaixonamos por situações desta profissão, por formas de agir de alguns profissionais que conhecemos, pelas delicadezas, por afetos...

O amor não é uma questão de ‘encaixe’ mas de ‘fluxo’. Antigamente (e para muitos ainda atualmente), o relacionamento era um estado permanente. Hoje (e há bastante tempo já) é um processo. O fundamental, para mim, não é o tempo que uma relação dura, mas sua potência e intensidade. (Que seja eterno enquanto dure, já dizia Vinicius de Moraes). Penso o amor como algo potente e agregador, não como falta. O amor como falta remete à popular ideia romântica de que o outro tem que nos completar, preencher e, de preferência, para sempre. Isso remonta à tese de Platão, de que somos seres partidos, incompletos, com a missão de encontrar nossa ‘cara metade’, nossa alma gêmea. O amor como potência, entretanto, evoca transbordamento e tem alta voltagem inventiva. Reconhece a dor da distância, a falta física, o desejo do outro, sente ciúmes, sensações inerentes aos sentimentos da paixão, mas diante delas reafirma a vida. Ou seja, em primeiro lugar, o cuidado de si, é importante estar de bem consigo mesmo para dar ao outro o nosso melhor.

Com a docência acontece o mesmo, ela não pode ser 'encaixe' e sim 'fluxo'. Não pode ser um estado permanente, mas ser construída em processo, todos os dias e com cada grupo de uma forma diferente. Com potência e intensidade. Como forma de agregar. Nós não vamos levar aos nossos estudantes o que lhes falta para que desta forma se sintam plenos, preenchidos, completos, mas sim causar-lhes transbordamento e de preferência em alta voltagem inventiva. Vamos sofrer embates enquanto relações afetivas, vamos discordar mas acima de tudo vamos reafirmar a vida, cuidar de nós para poder continuar dando o nosso melhor.

Desejo a tod@s com quem partilhei situações de aprendizagem este semestre um ótimo descanso e que possamos iniciar 2013 cheios de energia para produzir novos encontros.

Um forte abraço
Marilda

19/12/2012


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Isogravura!

Na nossa penúltima aula, a partir da gravura em isopor foi possível fazer alguns recortes do que cada estudante destacou dos portfólios. Foi uma proposta muito bem aceita! Pude ver todos trabalhando com um entusiasmo quase esquecido pela turma!








sábado, 15 de dezembro de 2012

Ana Cláudia

Última aula dada e a saudade já aperta... Vou sentir muita falta da turma 313 do coronel pilar!!! Nessa semana fui mais para fechar o ano, devolver alguns trabalhos e apesar de nem todos estarem presentes, pude conversar bastante com os que mantive um relacionamento muito bom e de valor altíssimo. Saudades... Muitas mesmo... 

Essa turma me fez pensar sobre tantas coisas, principalmente no extra... No que foi além da sala de aula e no que ainda vai ser.... Resultados maravilhosos.... Imaginar isso seria impossível... Saudades mais uma vez!!!

E para finalizar, trago um vídeo da banda The Cranberries, e como eu gosto muito de fazer relações irônicas, trago essa música pensando no tema da minha última proposta (dark art) juntamente com os questionamentos que tivemos durante quase todo esse semestre... "dedo na ferida"... o desconforto.... 

And the violence caused such silence
Who are we mistaken?

Quem essa sociedade pensa que engana??? Vamos nós buscar a mudança?? 

Zombie - The Cranberries

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ana Cláudia - Coronel Pilar

Gostaria de começar a postagem agradecendo de todo o coração a profª Maria Tereza por ter me ajudado essa semana, ficando com a turma, pois eu estava passando mal. Obrigada por estar sempre bem disposta a quebrar esses imprevistos!!!!

Bom, estamos finalizando a proposta (modificada) do Livro de Contos Macabros da 313. 
As últimas duas aulas foram para a criação do conto, ligado sempre a fantasia, e agora somando ao horror, junto com a dark art. 

Na primeira aula desta proposta falei um pouco sobre o trabalho da artista visual Gabriela Spricigo, formanda no curso de artes em 2010, aqui na ufsm. Contei um pouco sobre a trajetória dela no atelie, falando que ela era minha colega, a forma como criava seus desenhos, os estudos e um pouco como funciona o curso e como é estar num atelie de artes.

Elmyra in Wonderland (2010)

Escolhi falar dessa artista para eles entenderem como pode ser próxima essa relação com a arte e como é o artista. Essa conversa foi muito legal, pois muitos alunos ficaram curiosos sobre a vida dela, onde ela mora, como foi a formação dela no curso, sobre as tatuagens (já que ela também se tornou tatuadora).

Vampire Corpse Bride (2012)


Aproveitando o gancho que todo o trabalho da Gabriela Spricigo tem esse ar fantasioso, falei com pouco sobre o que já trabalhamos (com a arte fantástica e o surrealismo) e trouxe para a dark art, já proponho a construção desse conto de terror para criar o Livro da turma. Apresentei algumas imagens da artista (o que causou muito interesse na maioria deles, pois muitos me pediram contatos dela), e a partir dai, começamos a escrever os contos.

Muitos já entregaram, e a profª Maria Tereza pegou os que ficaram de levar essa semana na aula. Segunda-feira busco todos para começar a organizar o livro para ser impresso. Pedi também, para os que quisessem, pensar sobre uma imagem para ir no livro, junto ou não com seu conto. Essa imagem poderia ser um desenho, uma foto, uma pintura.... Como eles escolhessem. Estou ansiosa pela última aula. E um pouco triste, pois parece que passou tudo tão rápido.


Escolhi um trecho de um dos contos de dois alunos para postar aqui no blog:

Sonho, seu pior pesadelo...
Numa noite sombria, pessoas de uma cidadezinha calma, dormiam tranquilamente...
Quando a calma daquela cidade foi substituída por gritos desesperados de socorro...
Daquele dia em diante, nunca mais uma pessoa conseguira dormir e sonhar tranquilamente...
Seus sonhos eram aterrorizantes...
Atacados por uma criatura monstruosa...

O que seria?...


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Relato 8 - Luciana (Padre Caetano)

A aula de hoje foi a última do trimestre, por isso o período foi reduzido para 30 min. Os estudantes organizaram um amigo secreto de chocolates, o qual eles nomearam de "Amigo Choco", e eu sugeri que mudassem para "Choco Amigo". Não sei se melhora muito, mas não fica tão abrupto... rs
Entreguei os trabalhos que estavam comigo, e revelei as médias.
Perguntei se eles tinham interesse em realizar o grafite da turma, e umas 5 pessoas se prontificaram. Assim, na próxima quinta, realizaremos a pintura de um muro do pátio interno da escola. Não temos a possibilidade de pintar a área externa, pois é muito pequena, mas tem bastante espaço por dentro. Essa atividade será "extra curricular", já que os estudantes estarão oficialmente de férias.

Portanto... preciso do material do LAV para realizarmos a atividade. Tintas e rolinhos, se for possível.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Carin - Turma 112


Bom pessoal, segunda-feira ocorreu a minha última aula com a turma 112 do Coronel Pilar, foi uma “confusão controlada” que gerou resultados surpreendentes. Propus na semana passada que realizassem um trabalho plástico final, que pudesse englobar os espaços da escola através de pequenas intervenções.

Primeiramente os estudantes fizeram os projetos das intervenções que realizariam, com local, material e motivação. Neste sentido a “confusão” se deu por conta dos materiais múltiplos de cada grupo, desde materiais recicláveis a cola quente e tinta.  Além do fato dos estudantes terem que sair da sala de aula para organizarem seus trabalhos. Aqui cabe um agradecimento especial a Maria Tereza que me auxiliou a controlar esse pequeno caos!!

No momento da realização alguns grupos modificaram os projetos e os próprios grupos acabaram se reorganizando, mas deixei que as suas dinâmicas ocorressem para que a aula fluísse. Então o próximo passo foi a concretização dos projetos e ideias dos estudantes, a maioria se motivou a realizar o projeto já que conforme fiquei sabendo aquela seria nossa última aula. Mesmo sendo cedidos dez minutos da aula da professora que daria o período seguinte, tenho que admitir que alguns estudantes “fugiram” comigo para colocar os trabalhos nos espaços da escola, e acabamos ocupando o período todo.  A conclusão da proposta acabou prejudicada pelas várias aulas que tivemos para o planejamento dos trabalhos do passeio, mas mesmo que assim tenha transcorrido, os estudantes gostaram muito da prática e principalmente de poder interver nos espaços da escola.

Foi nesses momentos roubados que pude ter uma conversa mais descontraída com os estudantes, enquanto andávamos pela escola, podendo conhecê-los melhor, pena ter sido somente na última aula. Mas saí de lá muito feliz e realizada (já era 12h20), com comentários do tipo “essa foi a aula mais legal de todas sora”, isso me fez esquecer todos os percalços que tivemos. Com certeza algo ficou para alguns, e vou certamente sentir saudades deles.

Algumas fotos dos trabalhos. Nota-se que alguns esteriótipos permanecem, os corações e enfeites natalinos.